De quando exclui o que já não mais existia

Na minha vida agora só fica quem se importa além das palavras. Quem sente com o coração e dialoga, olho no olho, mesmo que na distância do skype ou numa mensagem, ou num áudio de whatsapp.

Na minha vida agora só fica quem senta pra resolver junto, seja o que for, ainda que seja pra perdoar ou ser perdoado…

Na minha vida agora só fica quem me aceita sem que eu precise me encaixar no seu modelinho do que é ser bom/ruim, gentil/cruel, amigo/não-amigo. Gente que é de verdade e não somente conveniente e curioso quando você tem algo que ele queira, mas tão rápido pra te virar as costas quando você está sem nada que o encante…

Na minha vida agora não há mais espaço pra gente que muito julga, seleciona e quer decidir como você deve ou não agir com sua própria vida. Gente que diz querer o melhor pra si fazendo com que você se diminua, se deprecie e sinta-se culpado até pelos erros deles e por todas as ofensas do mundo.

Na minha vida agora só fica quem não vira as costas num momento de precisão, de colo, desespero e que te chama pra junto pra compartilhar alegrias. Porque alegria compartilhada, aquela pura e de coração, é multiplicada e cura qualquer ferida.

Na minha vida agora não há mais raízes e nem construções: quer ficar? Então fique. Quer ir? Então Vá. Pois pra mim prefiro a leveza da sua partida do que a hipocrisia da sua amizade frágil, hetéria e desgastada.

Na minha vida, agora, todo dia é dia de ir embora de tudo que desencaixa.